quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Onde está o profissionalismo?



Fazer de Zico um dirigente do Flamengo era uma idéia antiga. Há mais de 10 anos que ouço presidentes do clube da Gávea convidar o Galinho para ter um cargo no futebol. Zico por sua vez sempre recusou. Dizia que a estrutura do futebol carioca (e brasileiro) era muito amadora e que só aceitaria tal cargo quando as coisas fossem mais profissionais.

Diante disso, confesso que recebi com surpresa a notícia de 4 meses atrás quando ele aceitara o papel de ser o diretor de futebol do Flamengo. Fez questão de exigir que seu pagamento viesse de patrocinadores para não onerar o clube e prometeu um trabalho de seriedade, passando até pela construção de um moderno Centro de Treinamento.

Pois bem, cá estamos praticamente em outubro e o que se vê no Flamengo é uma situação não muito diferente de quando Zico assumiu. Parte do time de futebol chegou com o campeonato em andamento, alguns jogadores contratados completamente fora de forma, como Val Baiano e Renato Abreu. Sem falar em Leandro Amaral, que sequer consegue jogar. Sem falar nos atacantes contratados às pressas e a peso de ouro que ainda não mostraram a que vieram. E o técnico Silas, ainda sem a experiência de comandar um clube desse porte, encontra-se totalmente perdido e sem controle e respeito do grupo.

Imagino que poucos rubro-negros esperassem um cenário tão grotesco com a chegada de Zico ao departamento de futebol. Noto também poucas críticas por parte da crônica esportiva, que parece também estar atônita com a situação e não acreditando no que está acontecendo. Muitos poderiam dizer que estou exagerando e que os problemas do Flamengo são antigos. Zico não tem varinha mágica para resolver. Em parte é verdade, mas também vamos admitir que o caminho que ele está traçando não é muito diferente do ex-dirigentes do futebol do clube. E para quem fazia do “profissionalismo” a sua bandeira, Zico está muito, muito aquém das expectativas.

A maior prova desse amadorismo foi dada essa semana: chefes de facções de torcidas organizadas entraram na Gávea para cobrar postura dos jogadores. Isso é algo aceitável em um clube que intenciona ter uma gestão profissional? É bem verdade que Zico não participou da “audiência”, mas a autorizou ou no mínimo fez vista grossa para o caso. A impressão que dá é que o Galinho já começa a sacudir a toalha. Permitir que chefes de organizadas tomem a frente para resolver a situação soa como um ato desesperado de quem já não sabe mais o que fazer.

De minha parte confesso que nunca esperei grandes mudanças e inovações na administração de Zico. Basta olharmos a atual situação do clube CFZ para notar que o ídolo rubro-negro não é nenhum expert em administração de futebol. Mas eu esperava um pouco mais de seriedade e planejamento. Qual será a próxima medida para salvar o time de futebol? Rezar para São Judas Tadeu?

0 comentários:

Postar um comentário

Pesquisar este blog