A exceção Neymar e a venda de jovens jogadores

A exceção Neymar e a venda de jovens jogadores

Nesta última quarta-feira, o Shakhtar Donetsk da Ucrânia confirmou a compra do meio-campo Fred, atualmente com 20 anos. A negociação girou em torno de 15 milhões de euros (cerca de R$ 43 milhões) por um contrato de cinco temporadas.

O jogador que pertencia ao Internacional de Porto Alegre é apenas mais um exemplo de uma jovem promessa que sai do seu clube formador antes mesmo de alcançar notoriedade a nível nacional. O que, a meu ver, prova que a postergação da venda de Neymar no Brasil foi um ponto fora da curva.

A diretoria do Santos por diversas vezes foi rotulada como “profissional”, “diferente” e vários argumentos que procuravam exaltar o fato dela ter mantido seu maior patrimônio por mais tempo em seu plantel.
No entanto, sabemos que o que garantiu que Neymar continuasse aqui foi a rentabilidade financeira que o atleta tinha, tanto pelo salário astronômico, quanto pelo caminhão de dinheiro que ele recebia com patrocínios. O clube, por sua vez, mantinha de técnica de sua equipe, tinha o retorno financeiro no esteio do sucesso do jogador.

Portanto, a venda de Fred, assim como a do Wellington Nem, ex-Fluminense e Fernando, ex-Grêmio - ambos com 21 anos - também para o Shakhtar, ratifica a incapacidade administrativa dos clubes brasileiros em gerenciar seus ativos, que são os jogadores. Isso sem contar, claro, os jogadores que são repassados a outros mercados ante mesmo de atuar no elenco profissional.
O caso Neymar foi a exceção que confirma a regra, apenas isso.

Uma colônia brasileira em Donetsk
Com a chegada de Fred, já são doze brasileiros no elenco do Shakhtar: Ismaily, Fernando, Douglas Costa, Alan Patrick, Alex Teixeira, Ilsinho, Wellington Nem, Luiz Adriano, Maicon Oliveira e Taison e Eduardo (naturalizado croata).
A identificação com o Brasil é tanta, que o clube ucraniano disponibiliza uma versão do site em português. Fato raro mesmo em grandes clubes europeus.