segunda-feira, 24 de junho de 2013

Covardia que pode frear evolução


O jogo Brasil x Itália pela Copa das Confederações foi mais um teste para ver em que nível a Seleção Brasileira está. É claro que a Azurra sem Pirlo e De Rossi (e perdendo Montolivo logo no início) fica com o meio de campo mais frágil, mas ainda assim não seria um adversário de ser batido.

E o Brasil surpreendeu os italianos com forte marcação no ataque logo de início. Não tinham nem cinco minutos de jogo quando Buffon teve de fazer sua primeira defesa difícil. Neymar era a maior preocupação para a zaga européia, mas Hulk, com sua velocidade e força, e Fred com presença de área, também representavam perigo constante. Apenas Oscar destoava. A equipe canarinho praticamente não deixava o adversário respirar e terminou o primeiro tempo com justiça à frente no placar. Júlio César praticamente não foi visto em campo.

Na segunda etapa o panorama não mudou tanto, mesmo com a Itália vindo com uma postura mais ofensiva. Mas quem conhece o futebol italiano sabe que nunca se pode considerá-los mortos até que o jogo acabe. E eis que em uma arrancada e bela jogada de Balotelli, a Azurra chegou ao empate. Mas antes que alguém pudesse pensar o pior, o Brasil tratou logo de desempatar em falta bem cobrada por Neymar que contou com a colaboração de Buffon. Não tardou muito para que um inspirado Fred marcasse o terceiro após belo lançamento de Marcelo.

A partir daí o técnico Luiz Felipe Scolari parecia considerar a partida ganha. Trocou Neymar por Bernard e passou a tentar explorar apenas os contra-ataques. A Itália seguiu atacando tentando não deixar espaço para o Brasil. Aproveitava-se da ausência de Neyar que nitidamente enfraqueceu o setor ofensivo brasileiro. E eis que um lance confuso (em que o árbitro já havia assinalado pênalti), os italianos chegaram ao segundo gol.

Foi então que entrou em cena a costumeira e chata covardia dos técnicos brasileiros. O Brasil ainda vencia por 3 x 2 e tinha todo o lotado estádio da Fonte Nova a seu favor. Mas o técnico, numa clara tentativa de segurar o resultado, tira Hulk, única válvula de escape do time (já que Bernard pouco produziu), e coloca o volante Fernando. E com isso chamou definitivamente a Itália para o ataque. A Azurra pressionou até o fim e só não empatou graças ao travessão. Até que em jogada individual de Marcelo e nova falha de Buffon, Fred fez o gol de alívio para a torcida.

Pode-se dizer que a Seleção Brasileira de fato evoluiu. O ataque parece muito mais entrosado e o grupo mais confiante. A tática de sufocar o adversário desde o início também vem se mostrando eficiente. Só não tenho certeza se a defesa já inspira confiança. O mais decepcionante foi ver que a postura do treinador, quando a situação aperta, não mudou. Jogando em casa, há mesmo necessidade de se acovardar para segurar resultado? E olha que um empate nesse jogo não mudaria em nada a classificação final. Ao que parece, o técnico ainda sentia a pressão de uma vitória sobre uma grande equipe. Mas se perder a Copa das Confederações, essa vitória sobre a Itália será lembrada?

Penso que teria sido melhor manter a postura tática para ver como a equipe se comportaria. Ou até colocar Lucas em campo para empurrar os italianos para a defesa. Seria uma boa forma de avaliar se o grupo se mantém estável mesmo sob pressão. Por enquanto, a única certeza que o técnico passou foi a de que continua sem uma variável para o momento em que a situação fica adversa. Ou melhor, tem sim uma variável. A mesma de sempre: se fechar!

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