quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Não existe almoço grátis


Agora sim, todos podem comemorar. Vagner Love foi apresentado, Patrícia Amorim e Michel Levy fizeram o trenzinho e o torcedor flamenguista já ganhou sua dose de ópio do primeiro semestre ou talvez do ano.
São os clubes brasileiros mantendo a tradição de anunciar jogadores caros quando está em crise

Tudo maravilhoso, não? Não mesmo.
Segundo reportagem da ESPN e informações do jornalista Lúcio de Castro, a contratação do jogador custou cerca de 10 milhões de reais. O valor seria divido em 30% pelo Flamengo e 70% pelo BMG. Sim, o mesmo BMG que é patrocinador (parceiro) de grandes clubes do Brasil e o mesmo famigerado banco do Valério Duto.
Claro que essa parceria-patrocínio não sairá de graça ou como um empréstimo com juros a perder de vista. Ainda segundo a mesma reportagem, o Flamengo “fatiou” os direitos federativos de alguns jogadores oriundos da base para garantir o investimento do banco.

As informações são estarrecedoras, porém não é nenhuma novidade no cenário atual do futebol brasileiro.
As empresas, sejam elas ligadas ao esporte ou não, se tornaram “parceiras” dos clubes na aquisição de jogadores. Em alguns casos, elas tomaram o lugar dos empresários. Estes ficaram apenas na intermediação entre clube, jogador e patrocinador.
Vide o caso da contratação do Thiago Neves, via a parceira do Fluminense, a Unimed.

Os valores estão invertidos; hoje o jogador é profissional do patrocinador e apenas cumpre obrigações com o clube.
Ele é empregado do patrocinador e garoto propaganda do clube.
O jogador continua sendo usado, mas mudaram o feitor. Claro, nenhum deles é vítima de nada. Afinal, teoricamente, ninguém é obrigado a jogar onde não quer.

Óbvio que o BMG está longe de ser a Unimed do Flamengo, mas este tipo de negócio pode gerar um rombo tão grande quanto o caso tricolor.
E neste modelo de vender especulação, isto é, vender passe de jogador sem saber sequer o real potencial do jogador, o clube deixa de ter um valor que nem ele consegue mensurar atualmente. Até por isso mesmo “revende” de vários jogadores ao mesmo tempo.

No fim das contas, o clube continua refém; só muda o credor.
O problema é que nenhum dirigente se incomoda com isso. Até porque não existe qualquer lei de responsabilidade fiscal ou falência de um clube.
O importante é responder aos anseios dos torcedores. E viva a prática do oba oba!

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