quinta-feira, 12 de abril de 2012

Papéis invertidos. Resultado também.



Na primeira rodada da Taça Libertadores, pelo seu grupo, o Fluminense derrotou o Boca Juniors em pleno estádio La Bambonera. A vitória foi muito comemorada e exaltada, e com merecimento e justiça. Não é todo dia que vemos um time brasileiro derrotar o time argentino dentro de sua casa. Assim, o feito do Flu mereceu o destaque que teve.

Contudo, talvez tenha havido exagero na exaltação à atuação tricolor. O time nada mais fez do que seguir a receita básica de quando se joga fora de casa: marcação forte e contra-ataques. E assim, decidiu o jogo, aproveitando-se também do talento de jogadores como Fred, Deco e Thiago Neves. Não estou querendo minimizar o resultado (já disse que foi uma vitória de destaque), apenas estou analisando friamente a forma como o time atuou.

Bem, o que se viu ontem no Engenhão foi uma inversão de papéis. Como time mandante, a postura do Fluminense foi diferente. Atacou o Boca Juniors desde o início, como era de se esperar. Já o time argentino, adotou a tática tricolor no jogo em La Bambonera: muita marcação e contra-ataques. Thiago Neves e Deco raramente pegaram na bola sem que houvesse um ou dois marcadores em cima. Some isso à noite pouco inspirada dos laterais e de Fred e o resultado foi a vitória argentina. E, diga-se de passagem, o Boca nem chegou a ser tão perigoso nos contra-ataques. O primeiro gol surgiu de uma falha da defesa tricolor. Somente o segundo gol surgiu numa jogada bem trabalhada.

É curioso notar como alguns colegas jornalistas parecem agora querer minimizar o triunfo argentino. Não sei se por bairrismo ou por despeita, mas já vi comentarem que “Boca jogou como time pequeno”. Ora, por favor... Então o Fluminense jogou como time pequeno lá? Futebol é isso mesmo. E quando dois times grandes se enfrentam não dá para antecipar um resultado. Um pode vencer o outro como visitante e foi o que aconteceu nos dois confrontos.

Enfim, é evidente que esse resultado não é o fim do mundo para o Fluminense. Continua como líder de seu grupo e com grandes chances de ser o primeiro na classificação geral. Na verdade, Abel pode tirar proveito dessa derrota se usá-la como alerta à equipe. O time "perdeu quando podia perder", mas deve entender que na Libertadores nunca se pode entrar em campo muito relaxado. E, principalmente, nunca se deve subestimar um time com a camisa e a tradição do Boca Juniors.

0 comentários:

Postar um comentário

Pesquisar este blog