sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O jeito é sair

  
"O trem do tempo apitou
E você ficou pra trás
Desembarcou na estação do passado”
                                                                        (Alceu Maia, Ciraninho e Diogo Nogueira)


Este trecho de “O trem do tempo”, música que o Diogo Nogueira gravou, sintetiza um pouco do “imbróglio” envolvendo Paulo Henrique Ganso, sua multa rescisória, Santos e até mesmo as “investidas” do São Paulo.

Ontem, o São Paulo fez mais uma proposta pelo jogador, e mais uma vez recebeu um “não” da diretoria santista. Desta vez, a proposta seria de aproximadamente R$ 30 milhões para adquirir 100% dos direitos. Deste montante, R$ 17,5 milhões ficariam com o time da Vila Belmiro – detentor de 45% dos direitos de Ganso - e R$ 12,5 milhões para o grupo DIS – apesar de possuir 55% do atleta, este valor já havia sido acordado com o São Paulo.

Pois bem, a relação do jogador com a diretoria santista já azedou há tempos. Não é de hoje que o grupo que cuida de seus interesses tem vontade de sair.
Ganso, apesar de algumas reclamações públicas e ter dito que seria um prazer jogar no São Paulo, já mencionou algumas vezes que tem contrato e pretende cumpri-lo.
Penso que nem mesmo o Ganso tem vontade de continuar. Todavia, numa tentativa (sem efeito) de não enfurecer mais ainda a torcida santista, ele jamais dirá isso abertamente. E, de certo modo, acomoda-se na resguarda de quem o assessora. Pessimamente, por sinal

O Santos, no entanto, diz que só libera o jogador recebendo toda a multa rescisória, aproximadamente R$ 53 milhões. Inclusive já ofereceu renovação e aumento salarial. O contrato do jogador vai até 2015.
A meu ver, aí está o problema desta negociação e a conta do Santos nunca vai fechar. O clube quer vender em 2012 um jogador de 2010, quando teve sua melhor fase. Naquele momento, a multa rescisória atual seria até irrisória. Mas o tempo passou, Ganso se lesionou algumas vezes e jamais repetiu o futebol daquele semestre.

Entendo que o clube queira se resguardar, garantir o retorno de seu investimento, pois formou e deu espaço para o jogador. Contudo, precisa ser mais flexível.
Claro que vendê-lo a um rival direto gera maior cuidado e antipatia nas negociações, mas tendo em vista todo o clima que se criou entre o jogador, torcida e clube, não parece que há alternativa senão aceitar essa ou outra proposta.

Com a situação atual, não vejo qualquer chance do jogador permanecer e muito menos que o clube receba o valor pretendido pela multa rescisória.
Sendo assim, todos perdem, pois o contexto é diretamente proporcional: se o Ganso não quer jogar, está sem confiança e/ou não tem tranqüilidade para jogar, não voltará a apresentar um futebol que justifique ofertas iguais ou superiores às são-paulinas.

0 comentários:

Postar um comentário

Pesquisar este blog