quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mandato de Patrícia Amorim na Câmara Municipal do Rio é imoral, assim como no clube



Nesta terça-feira, a ESPN exibiu uma reportagem que mostra a vida dupla de Patrícia Amorim, vereadora e também presidente do Flamengo. A repórter Gabriela Moreira revela que, ao longo de três mandatos, Patrícia lotou seu gabinete na Câmara Municipal do Rio com 25 pessoas ligadas ao Flamengo, pessoas ligadas à base política que a sustenta no trono rubro-negro. A vereadora ainda nomeou a mãe, Tânia Filler Amorim, a irmã Paula Filler Amorim, e o marido, Fernando Sihman. Dito isto, analisemos algumas questões separadamente:

Mandato Público

Na época em que nomeou seus parentes para o gabinete, nepotismo ainda não era considerado crime. Não era crime, mas é antiético e imoral. Em 2003, mãe e irmã de Patrícia, foram para gabinetes de outros vereadores. Não que seja o caso, mas sabemos que trocas de parentes entre políticos é muito comum para continuar praticando o nepotismo.

Nenhum mandato público pode ser extensão da administração de qualquer clube ou empresa. Usar o mandato concedido pelo povo, que era pra servir ao interesse público, como plataforma político/administrativa de clube é um absurdo. A obrigação de quem ocupa um cargo destes é ter cuidado e dedicação às políticas públicas, e não aos interesses privados.

Dirigentes/políticos, que usam deste artifício, são sanguessugas que não se satisfazem em sugar do clube e resolvem entrar para a política para sugar dos cidadãos. Estes que tem grande parcela de culpa, já que elegem este tipo de representante.

Mandato Flamengo

A presidente teve a coragem de dizer que não vê conflito de interesse em nomear 25 pessoas do Flamengo para lhe assessorar na Câmara, pessoas que a mantém no cargo de presidente. Um dos absurdamente beneficiados foi Leonardo Ribeiro, o capitão Leo, ex-chefe de uma torcida organizada e, hoje, presidente do Conselho Fiscal, responsável por fiscalizar como Patrícia usa o dinheiro do clube. Como não há conflito de interesse? Capitão Léo que, com o apoio enrustido de Patrícia, bateu de frente, fez uma série de acusações e articulou a saída de Zico do Flamengo. Sem apoio, o até então diretor de futebol, entregou o cargo e a presidente aceitou. Agora se sabe o motivo.

Ao deixar o cargo de assessor no gabinete, capitão Léo indicou Nelson Santos de Souza. Seu sócio na empresa Leson Auditoria e Contabilidade. Como não conflitar, pessoa que assessora Patrícia no gabinete com respeito à prestação de contas é, também, sócia da pessoa que fiscaliza as contas do clube? Será que isso explica a ausência ou má fiscalização das contas do clube?

Um clube como o Flamengo movimenta mais dinheiro do que muitos municípios. É um absurdo que seja gerido desta maneira.

Importante ressaltar que esse caso não é exclusividade rubro-negra. Muitos cartolas usam a força de sua torcida para se eleger e fazer igual ou pior do que Patrícia Amorim. Lembrando, mesmo que muitos dos assuntos tratados não sejam considerados crimes, são práticas antiéticas e imorais.

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