sábado, 15 de setembro de 2012

Copa do Brasil Sub-20, o papel de clubes e federações na formação do atleta



Na última quarta-feira, a CBF em parceria com os canais ESPN, apresentou ao grande público a primeira edição da Copa do Brasil Sub-20, juntamente com regulamento e tabelas.

A competição será disputada entre 2 de outubro e 15 de dezembro do ano corrente, sendo disputada em sistema de “mata-mata” em jogos de ida e volta, também usando o gol fora de casa como critério de desempate.
Participarão do torneio os 20 clubes que disputaram a Série A do Campeonato Brasileiro 2011 e os 12 melhores colocados da Série B 2011.
O campeão estará classificado para a Copa Libertadores Sub-20.

Tratando de forma prática, a Copa do Brasil Sub-20 vem para aumentar o calendário da categoria, que até então conta como as principais competições a Taça BH e a Copa São Paulo de Futebol Júnior (Copinha).

Contudo, diferentemente de outras competições da categoria, como a Copa São Paulo, esta competição tem critério para participação, um ranking para credenciamento dos clubes. Isso, em linhas gerais, inibe (ou apenas esconde) a participação de times criados essencialmente para esses torneios. Times criados por empresários ou grupos de investimentos com a intenção meramente comercial.

Não serei ingênuo de afirmar que clubes os jogadores estarão livres de empresários. Até mesmo por conta da idade dos atletas, maioria esmagadora já tem quem cuide de seus interesses há quase uma década. Além disso, beirando os 20 anos, aqueles que já tiveram algum destaque em categorias anteriores, já foram ou continuam sendo observados pelo mercado internacional.

No entanto, vejo como positiva a participação apenas de “clubes de camisa”. Clubes que tem história, tradição, que já formaram e utilizaram jogadores de sua base.
Com isso, imagino eu, o torcedor poderá ficar atento às revelações do seu clube de coração, buscando informações sobre esse ou aquele jogador: quem o representa, quanto dos seus direitos federativos o clube detém etc. Assim, o torcedor terá até mesmo argumentos para contestar a venda prematura de uma promessa da base.

Fatos assim não me parecem utópicos. Pelo contrário, é mais uma porta que se abre para jogadores, clubes e a própria CBF, que terá um plantel de atletas, quem sabe, efetivamente prontos para jogar com a camisa da sua marca mais lucrativa: a camisa da Seleção Brasileira.

Caberá aos clubes e federações provir condições para que a competição traga o retorno desejado, dentro e fora de campo.
Capacidade de descobrir novos talentos o país renova a cada segundo. Porém, revelar não é formar. São situações completamente diferentes, rotineiramente confundidas e principalmente, negligenciadas pelas autoridades desportivas nacionais.

Mesmo que o processo atual seja ter uma revelação e só depois voltar e estruturar uma base para os posteriores, ainda temos tempo e oportunidades para reverter esse quadro.
Há matéria-prima e potencial em abundância. O que falta é interesse, idoneidade e competência.
É o momento de ações efetivas.

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