segunda-feira, 25 de março de 2013

A arbitragem se supera em mediocridade




Simplesmente patética e desastrosa. É o que se pode dizer da arbitragem do jogo de ontem entre Madureira e Botafogo pelo Campeonato Carioca. Penso que poucas vezes vi um árbitro se complicar tanto em um jogo tão fácil de ser apitado. Philip Georg Bennett, árbitro protagonista do papelão, mostrou que árbitros despreparados são escalados para jogos profissionais.

Os erros tiveram início no primeiro tempo. Um defensor alvinegro lança a bola para o ataque. Após falha do zagueiro do Madureira em dominar a bola, a mesma sobra para Seedorf que estava em posição de impedimento. Porém, nem o árbitro e nem os auxiliares assinalaram a irregularidade. O camisa 10 alvinegro então lançou a bola para Rafael Marques que foi derrubado dentro da área e o pênalti foi marcado. Contudo, já com Seedorf preparado para a cobrança, o árbitro anula a penalidade e manda voltar o jogo, alegando que houve impedimento no início da jogada.

De fato houve o impedimento, mas ele não havia sido marcado. Então, quem informou isso ao árbitro? Segundo a repórter da TV Band, o quarto árbitro disse que o bandeirinha alertou o árbitro da irregularidade. O problema é que pelas imagens fica claro que o bandeirinha em nenhum momento assinala o impedimento. Nem o árbitro de trás do gol. Inclusive os jogadores do Madureira protestam inutilmente contra eles. Minutos depois, em um chamado divino, o bandeirinha descobre que havia impedimento? Nada foi comentado durante as transmissões, mas tudo leva a crer que alguém de fora do campo possa ter revisto o lance na TV. E se isso ocorreu, volta àquela discussão que tivemos ano passado no jogo Internacional x Palmeiras. Se for para usar recurso eletrônico, que seja para todos os jogos e não apenas em lances isolados.

Mas o pior viria ao final do jogo. A partida já deveria ter sido encerrada aos 47 minutos do segundo tempo, já que havia se chegado aos 2 minutos de acréscimo dados pelo árbitro. Porém, após o jogador Cidinho do Botafogo sofrer falta dura, é acrescentado mais 1 minuto ao tempo normal. Antes da falta, Seedorf seria substituído pelo jogador André Bahia. Mas como Cidinho saiu do jogo por contusão, o técnico alvinegro trocou a substituição e colocou André Bahia no lugar de Cidinho. Porém, parece que houve alguma confusão do quarto árbitro na hora de levantar as placas. Com isso, o árbitro do jogo entendeu que Seedorf ainda deveria sair.

E é aí que começou toda confusão. Philip Bennett insistia que Seedorf tinha de sair por um dos lados do campo. Seedorf dizia que iria sair pelo lado do banco de reservas e apontava para o pulso dizendo que o árbitro poderia acrescentar mais tempo se fosse o caso. O árbitro então lhe mostrou o cartão amarelo por entender que houve desrespeito. Em clara demonstração de que não queria retardar o jogo, o holandês atravessou o campo correndo. Porém, com um jogador do Madureira gritando ferozmente em seu ouvido, Philip Bennett foi até Seedorf e mostrou o segundo amarelo e, consequentemente, o vermelho.

Aqui, há dois pontos a serem discutidos. O primeiro é que não há nenhum lugar na regra do futebol dizendo que o árbitro pode dizer a um jogador por onde ele deve sair. Ele pode sim pedir ao jogador que saia depressa para não retardar o jogo e puni-lo caso o jogador atrase a partida. Não foi o que aconteceu ontem, já que Seedorf saiu de campo correndo. O segundo e principal ponto é a respeito da trabalhada da arbitragem. Se a substituição já havia sido autorizada e feita (André Bahia já estava em campo), então por que Seedorf deveria sair do campo? Se há um ponto eletrônico que possibilitou o aviso do impedimento no primeiro tempo, por que não utilizaram esse ponto neste momento para informar o juiz da bobagem que estava fazendo?

Em meio a tudo isso, em algumas mesas redondas na TV, houve quem considerasse que a expulsão e a anulação do pênalti foram corretas. Principalmente os famosos comentaristas de arbitragem. Eternos corporativistas que são pagos para, após várias repetições, dizer se um lance foi faltoso ou não. E muitas vezes ainda tentam dizer que o que você, pela TV, não é verdade, mas sim o que ele está dizendo é que é! Em nome disso, passam por cima de tudo, inclusive das regras do jogo e da inteligência do telespectador.

É simplesmente deprimente e preocupante ver o péssimo nível em que se encontra a arbitragem no Brasil. E pior ainda é ver que muitos setores tentam minimizar o problema ou fingir que nada acontece. E pensar que, dentro de pouco tempo, organizaremos uma Copa do Mundo. Pelo menos não teremos apenas brasileiros soprando o apito.

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