Seja bem vinda, tecnologia!
Neste quarto dia de Copa do Mundo, no Beira Rio, a França enfrentou Honduras. Sem surpresas nem muita dificuldade, a equipe europeia fez 3x0. Mas o principal destaque do jogo, não foi o placar, e sim o uso da tecnologia para auxiliar a arbitragem.
Logo no início da segunda etapa, o atacante francês Benzema chutou cruzado. A bola acertou a trave e cruzou o gol quase em cima da linha até bater no goleiro hondurenho que rapidamente tentou evitar que ela entrasse. O lance foi tão rápido que qualquer um no estádio deve ter ficado com dúvidas se a bola cruzou totalmente a linha. No entanto, o árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci assinalou gol sem aparentar muitas dúvidas.
O arbitro enxergou melhor que todos? Nada disso, simplesmente foi alertado pela nova tecnologia que detecta o momento em que a bola atravessa a linha do gol. São colocadas sete câmeras de alta resolução em cada gol. Juntas, realizam um monitoramento da área das traves e assim que a bola cruza a linha um sinal é emitido ao relógio do árbitro quase que instantaneamente. Foi a primeira vez na história que a tecnologia foi usada.
Confesso que para mim foi uma surpresa positiva. A FIFA é conhecida por ser muito resistente a inovações no futebol, principalmente no que diz respeito ao uso de tecnologia. O próprio dirigente da UEFA, Michel Platini disse, há dois anos, que é contra o uso de tecnologia em lances duvidosos.
Não sei quais são os motivos de Platini, mas já ouvi muita gente dizer que é contra o uso de tecnologia porque seriam justamente os erros que dão graça ao futebol. Penso o contrário, acho que os erros tiram a graça do futebol. O torcedor fica irritado e com o tempo até deixa de acreditar na idoneidade do esporte. Existem casos de campeonatos que já até perderam a credibilidade por conta de tantos erros.
Em outros esportes é comum o uso de tecnologia. Na liga de basquete americana o árbitro pode interromper o jogo para consultar algum recurso tecnológico. A CBV já havia introduzido a bola com chip nos jogos de vôlei. Em alguns casos é possível até ver o replay do lance. Dos esportes mais praticados no mundo, o futebol parece ser o mais atrasado nesta questão.
De todo modo, antes tarde do que nunca. Quem sabe no futuro o árbitro não possa recorrer ao replay para anular um lance em impedimento não marcado ou tirar a dúvida de um pênalti. Enfim, que a tecnologia tenha vindo para ficar e que este tenha sido só o primeiro passo.
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